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Setor bancário dos EUA solicita mudanças na Lei GENIUS sobre stablecoins

As principais associações bancárias dos Estados Unidos estão se mobilizando para se opor à Lei GENIUS, recentemente aprovada por Donald Trump. O setor alega que a nova legislação apresenta “lacunas” que podem trazer riscos ao sistema financeiro.

Nesse contexto, os bancos estão tentando alertar o Senado americano sobre a necessidade de ajustes. Em uma carta enviada ao Congresso, eles afirmam que essas falhas podem afetar não só as instituições financeiras, mas todo o sistema econômico do país.

A Associação Americana dos Bancos (ABA) propôs algumas correções à Lei GENIUS. Os pontos mais debatidos envolvem o risco associado ao pagamento de juros e à regulamentação em nível estadual. Além disso, a ABA é contra a ideia de permitir que empresas que não são financeiras possam emitir tokens.

Os bancos estão preocupados com as regras, que eles consideram insuficientes, sobre a proibição de emissores de stablecoins pagarem juros aos seus detentores. Para a ABA, essa função deveria ser exclusiva das instituições bancárias e não uma vantagem para as stablecoins.

Outro receio é que corretoras de criptomoedas e provedores de carteiras possam contornar essas proibições. A associação acredita que isso pode “distorcer os incentivos de mercado”. Ou seja, a preocupação é que as stablecoins deixem de ser apenas um meio de pagamento e passem a atuar como reservas de valor ou instrumentos de crédito.

Polêmica entre stablecoins e bancos

A ABA expressou também que a nova lei pode dificultar o acesso ao crédito. Por isso, pede que o Congresso proíba exchanges de oferecer juros sobre depósitos em stablecoins.

“Os bancos são essenciais na economia, pois transformam depósitos em empréstimos. Quando o dinheiro é desviado para stablecoins buscando rendimento, a criação de crédito fica comprometida. Para evitar isso e proteger o sistema financeiro, solicitamos que a proibição de juros se estenda a corretoras e outras entidades digitais”, argumenta a associação.

Eles afirmam que isso permitirá que a inovação nos pagamentos digitais ocorra de forma responsável, sem comprometer o papel dos bancos na intermediação de crédito.

“Com regras mais rigorosas, podemos promover inovação responsável, proteger os consumidores e garantir que o acesso ao crédito não seja afetado”, completaram os representantes bancários.

Mais controvérsia

Grupos como o Bank Policy Institute e o Financial Services Forum têm levantado preocupações adicionais sobre os riscos de liquidez e crédito que podem surgir dessa suposta brecha regulatória.

“Essas lacunas podem aumentar o risco de fuga de depósitos, especialmente em períodos de crise. Isso prejudica a criação de crédito na economia, resultando em taxas de juros mais altas e menos empréstimos disponíveis para empresas e famílias”, alertaram.

Por outro lado, Paul Grewal, diretor jurídico da Coinbase, refutou a ideia de que existem brechas na lei, acusando as associações bancárias de tentarem eliminar a concorrência.

“Democratas e republicanos, somando 376 congressistas, já rejeitaram essa tentativa. É hora de seguir em frente”, afirmou Grewal, defendendo a liberdade de concorrência no setor financeiro.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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